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No Bela+, pesquisador alerta para tecnologias disponíveis, de baixo custo e ainda pouco utilizadas

O Bela+ 2025, aberto hoje (2) e que prossegue até sexta-feira (4 de julho), realizado pela Belagrícola, abriu sua agenda de palestras com o pesquisador e vice-presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), Sérgio Abud, com o tema: "Tecnologia com pé no chão: o que a ciência já sabe e o campo pode aproveitar".

Abud falou sobre inovações cientificamente consolidadas, mas que ainda aguardam maior adoção no campo. Entre elas estão o uso estratégico de biológicos, como microrganismos para o controle de doenças de solo (fungos e bactérias benéficas, como Trichoderma spp. e Bacillus spp.) e de pragas (parasitoides e microrganismos entomopatogênicos). Também destacou o papel dos bioestimulantes, que contribuem para o desenvolvimento radicular, a absorção de água e nutrientes e a recuperação de plantas sob estresses bióticos e abióticos.

Segundo o pesquisador, a lacuna entre ciência e prática se deve, em parte, à falta de conhecimento técnico aplicado e à necessidade de uma mudança de mentalidade.

"O uso de biológicos exige mudança de mentalidade: eles não são uma simples substituição dos químicos, mas uma ferramenta dentro de uma estratégia de manejo mais integrada e preventiva", reforça Abud. Ele destaca ainda que, por serem organismos vivos, os biológicos exigem cuidados na aplicação e armazenamento, além de uma compreensão clara dos seus modos de ação dentro do manejo integrado com defensivos químicos.

Exemplo de eficácia com aplicação de tecnologia

Abud ilustra a eficácia da ciência aplicada com exemplos do CESB, citando o caso da Fazenda Barcelona (BA), que superou as 100 sacas de soja por hectare.

O sucesso, segundo ele, veio da integração de tecnologias de base científica com uma execução precisa no campo, incluindo: manejo de solo aprofundado, qualidade de semeadura, escolha assertiva de variedades, nutrição de plantas equilibrada, uso estratégico de biológicos para saúde do solo e controle de patógenos, além de monitoramento constante com base em dados.

“O retorno financeiro expressivo obtido pela Fazenda Barcelona (R$ 2,44 sobre cada real investido) comprova a rentabilidade da eficiência técnica quando as práticas são bem executadas”, ilustra o pesquisador.

Soluções para amenizar eventos climáticos extremos

O pesquisador também observa que a construção de um sistema de produção mais robusto, com uso correto de conhecimentos já disponíveis e acessíveis aos médios e pequenos produtores, é um forte aliado no enfrentamento aos eventos climáticos extremos.

Ele enfatiza a importância de:

  • Cuidar da saúde do solo (com rotação de culturas, uso de plantas de cobertura que melhoram a estrutura e aumentam a matéria orgânica, além da correção com calcário e gesso para equilíbrio químico);
  • Utilizar biológicos específicos, como Trichoderma e Bacillus, para aumentar a resistência das plantas a estresses abióticos e bióticos;
  • Ajustar a densidade de semeadura, para otimizar o uso de recursos como água e luz;
  • E manter monitoramento constante da lavoura, permitindo tomadas de decisão rápidas e precisas.

"Com um olhar atento, conhecimento técnico e o uso racional de tecnologias acessíveis, é possível construir lavouras mais resilientes e menos dependentes das condições climáticas ideais", garante.

Próximos avanços

Olhando para o futuro, Abud aposta na integração inteligente entre biotecnologia, agricultura digital e manejo biológico de precisão como o grande avanço que deverá transformar a agricultura brasileira nos próximos cinco anos.

“Estamos entrando em uma fase em que o foco não será apenas o produto aplicado, mas a capacidade de interpretar dados de solo, planta e clima em tempo real, tomando decisões mais rápidas e assertivas, com apoio de ferramentas digitais e modelos preditivos”, enfatiza.

Abud alerta que quem começar agora, com ações práticas, estará mais preparado para incorporar as novas tecnologias e transformar cada hectare em uma unidade de produção mais eficiente, rentável e sustentável.

E deixa algumas dicas aos produtores:

  • Melhorar o diagnóstico das áreas, com análises mais completas de solo e histórico de produção;
  • Adotar monitoramento mais frequente de pragas, doenças e condições climáticas;
  • Buscar capacitação técnica sobre o uso de biológicos e agricultura digital;
  • E, principalmente: fazer um manejo mais integrado, olhando a lavoura como um sistema vivo, onde solo, planta, clima e manejo interagem o tempo todo.

"O agro está passando por uma transformação acelerada, e quem estiver disposto a aprender, testar e aplicar novas práticas vai estar um passo à frente. Que cada um que participar do Bela+ saia com a certeza de que é possível produzir mais, com mais eficiência e respeito ao solo, às plantas e ao ambiente", conclui Abud.

Próximas palestras

Nesta quinta-feira, dia 3, Rafael Batistti, agrônomo especialista em tecnologias para o agronegócio, abordará como a agricultura digital está transformando o campo, com foco em ferramentas acessíveis que permitem monitoramento remoto, otimização de insumos e redução de custos operacionais.

Encerrando o ciclo de palestras no dia 4, o meteorologista Marco Antonio dos Santos, sócio da Rural Clima, apresentará estratégias para interpretar os sinais climáticos e tomar decisões mais seguras no plantio, colheita e manejo, tema especialmente relevante diante das recentes instabilidades climáticas que afetaram a produção agrícola no Sul do país

 

Serviço

Bela+

Data: de 2 a 4 de julho

Local: Unidade de Difusão de Tecnologia em Cambé (PR), na Rodovia Celso Garcia Cid, km 92

Horário: das 8 às 18 horas

Cliente: Belagrícola

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